quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Sonhos de uma noite de verão

Queria entender o que acontece dentro dessa sua cabeça, está tão cheia de coisas que não consegue pensar em nada e sem pensar em nada acaba se auto sabotando, destruindo todas as oportunidades que vem. Por que fazia isso? Pega o melhor de você e simplesmente joga fora, deixa tudo cair ralo abaixo, como se não tivesse escolha a não ser se ferir. E então mostra infelicidade, com os olhos perdidos e tudo que passa são pequenos movimentos de uma tentativa frustrante de liberdade da prisão que você se colocou. E não vou falar para você tentar sair, não adiantaria, todos estamos, de alguma forma, presos nessa necessidade infungivel de permanecer imóvel, mesmo que dentro de um trem em movimento prestes a colidir com tudo de bom que temos nessa vida. 
 Você está perdido no deserto, está desesperado, desalerto, gastando suas energias com coisas que não o levarão a lugar algum e ainda, de alguma maneira, todos os dias vai pensar nos sonhos de uma noite de verão, onde tudo parecia mais confortável, mais confiante e mais feliz. 
  Não jogue o passado fora sem ter perspectiva nenhuma para o presente, seu futuro não pode ser inexistente, todos merecem ser feliz. 

Me desculpa

Tem dias que acordo e só queria desaparecer da face da terra, só queria que tudo acabasse logo. Que a dor fosse arrancada do meu peito e eu finalmente pudesse me sentir bem. Só eu travo todas as batalhas e quando estou na linha de frente sendo atacada, a única coisa que consigo é implorar por ajuda, essa que nunca chega voluntariamente. Nunca vem. 
E eu vivo de implorar por amor, atenção, cuidado, companhia, carinho. Vivo por implorar amizades e lealdade, sinceridade. Vivo para me preocupar com todos e eu que vou ficando e ficando até não restar nada de mim. 
E se eu for embora finalmente hoje, se o mundo simplesmente se ver livre de mim, que eu possa respirar fundo aliviada e em paz. 

Mas peço perdão por ter colocado você dentro da minha confusão e não falar o que eu sinto e como me sinto todos os dias. E só quero ir para algum lugar onde possa ser feliz. 

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Ano sombrio

Em um ano onde tudo da errado e nada mais pode dar errado e você entende sonhos que o fazem se despedir. E então, no meio do caminho, aguardando a solidão da desistência, quando nada mais restou dentro de mim, eu me pego viajando livre, entre palavras sem sentido que nunca foram e dificilmente vão vir. Pode ser que tenha errado, as intenções da despedida me fizeram querer ficar. Mas foi bom, enquanto guardei as borboletas que deixaram de voar. E por que? Ainda não sei ao certo, foi tudo muito louco, simplesmente sonhei com tudo o que iria acontecer, mas estava preparada para a frieza que me aguardava. E então vamos embora, como se nada tivesse acontecido, nem um abraço, nem um ombro amigo. Foi só um momento que passou, fomos e não vamos mais a lugar algum, além da terra. 

E chegou

Então eu entro em transe e me pego muitas vezes sem saber o que fazer. E então sempre vem a pergunta, será que estou criando as minhocas que fogem da minha cabeça e sem querer vão adubar terras secas por aí? E quando menos espero, faço labirintos com a ideia de sobreviver mais um dia e perguntar se é hoje ou amanhã que as luzes vão se apagar. Nós sabemos, o tempo é tão curto, aprender a aceitar toda essa história, cada qual encanta mais esse lugar. E então, sem a infinidade de coisas que te esperariam, tão jovem, simplesmente penumbra na dor de aos poucos perder todas as oportunidades do mundo. E eu que sempre tive certeza de mim, hoje não tenho certeza de mais nada, além da madruga, que me guarda um pouco, na pressa de partir.