sábado, 9 de maio de 2020

1 minuto

Todos os dias eu penso muito bem antes de levantar da cama. Durante 1min tento entender tudo que se passa no meu mundo. E então preciso levantar.
Às vezes não levanto, não consigo, então fico pensando pq preciso me levantar. Ai minha filha entra no quarto e entendo, levanto pq sou mãe. E então não quero mais levantar, pq um dia fui filha e neta. E agora falta um pedacinho de mim e aí eu penso, não quero ir, mas também não quero ficar. Não quero sentir, mas também preciso sentir. Não vou conseguir, mas tenho que conseguir. Pq? Não sei. Já fui neta, já fui filha, hoje sou mãe e talvez um dia seja avó. Mas no momento, nesse momento, sou vazia, perdida, triste, sem saber como sentir. Atropelada pelo mundo, por tudo e só desejando viver. Ou sobreviver.

Teoria da bondade

Dopada na madrugada 


Em uma conversa me perguntaram se eu era uma pessoa boa, não pensei, não precisei pensar para responder, NÃO! Não sou uma pessoa boa, mas também não sou uma pessoa ruim, sou só uma pessoa, sou só eu. Tem horas que sou muito boa, mas ocasionalmente preciso ser o que socialmente seria ruim. E então eu penso, será q sou uma boa pessoa? Quando isso claramente não importa. Será que sou uma boa mãe? Quando sou a melhor mãe que posso ser hoje. Será que sou boa para mim? E então não me sinto boa, pq não sei se me perdi em meio a todo esse mero conceito de bondade, ou se só sigo o ritmo constante e inevitável do fluxo da vida social. Se fosse só eu, só aqui, só um momento, será que seria boa o suficiente? Ou será q não posso ser boa? Será que me perdi dentro das águas turbulentas da minha imaginação e me afoguei no mar de lágrimas que só saem, seguem e chovem, na tempestade da minha vida.