Cotidiano de um Maluco
É a mesma coisa toda vez, não sabe como resolver o que está me incomodando, muito menos consegue saber o que tanto insiste em perturbar. Algumas vezes é até bom ser ignorante quanto algumas coisas, ou fingir ser, assim não precisa dar satisfação ou explicar coisas simples que ninguém quer saber.
É sempre preferível ficar quieto, invisível em um canto para ninguém ver; Seria tão bom viver em uma ilha deserta sem nada para aborrecer. A praia, o vento, sem carros, computadores, celulares, sem nada para se preocupar.
Então toca o telefone, você acorda, cobranças, campainha toca, são contas a pagar. Sai para o trabalho, bate o carro, pega transito, chega atrasado, acaba o café! Mais um dia estressado, mais um momento que olha e implora por uma maquina do tempo ou essas simples de se tele transportar.
Como seria bom viver na lua sem chefe, contas ou filas para pegar. Sem gravidade, sem nenhuma preocupação, sem medo de sair na rua e roubarem o celular que ainda está pagando prestação.
Bate na porta, reunião, corte de pessoas na empresa, falta de manutenção. Entra a secretaria, telefone para você, escola do filho, dor de cabeça, nenhum remédio para curar toda essa confusão.
Está tudo por um fio, sua paciência, seu chão, seu ar. Sua única esperança chegar em casa e descansar. Mas a idéia vai por água abaixo quando você lembra do jantar e são crianças, família, problemas e mais problemas, que nem o seu banho você consegue terminar.
Sua única esperança é a chave da porta do quarto e o seu cobertor, deitar a cabeça no travesseiro e sonhar que se mudou para o Equador. Sol, praia, ilhas e golfinhos, sossego e água de coco todo dia. E então toca o despertador e você tem que acordar, para mais um dia típico do cotidiano de um maluco que não se cansa de sonhar.