quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Em sonhos profundos me atormentará



Hoje sonhei com você
E como em todos os outros sonhos
Brigávamos sem saber o porque.

Hoje sonhei com você
Praguejava eternamente
E te beijava outra vez.

O que eu posso fazer
Se meu olhar penetra o seu
Como evitar odiar
Quando amo o ódio que me da.

Entre carne e perfume
Do cheiro de amaciante
Misturado com areia e suor

Noites escuras sem dormir
Lagrimas a cair
E você a me iludir

Quantas vezes vou gritar
Não quero mais te ver
E ao te ver perder o ar
Sem saber o que fazer?

Quero fugir para longe
Outro país talvez
Assim a distancia adiante
O que o tempo não apagou de vez

Mas como ser amante
Se é ódio cheio de sedução
Como ser tão belo
Se tem rancor no coração?

Você quebrou o cristal
Estilhaçou um coração bom
Reconstituiu os pedaços
E o destroçou de novo

Não cansado em se divertir
Insiste ainda em me ver chorar
Então toda vez que pode
Me encara com profundo pesar

E ao te encontrar nos olhamos
Na profundeza de um oceano
Uma dor que nos afunda
Um fracasso que perdura

E você diz que teve um ponto final
Mas quem coloca um fim
Não continua um parágrafo

E você diz não gostar mais
Mas me persegue onde quer que eu vá
Em sonhos profundos me atormentará

E o ódio persiste
Fantasiado de fixação
Talvez com um pouco de amor

E a ilusão me afoga
De que tudo isso
Finalmente acabou

E ai você aparece
E eu volto a entender
Versos e mais versos
Implorando por você





















terça-feira, 28 de outubro de 2014

Seu filho é feliz?

Constantemente eu discuto com a minha família sobre isso...

Esse final de semana não foi diferente... Essa imagem, já um pouco antiga, é de um garoto feliz com o sapato que escolheu. Eu acho completamente horrível julgar uma criança e proibi-la de usar uma roupa por classifica-la de menina ou de menino. Se a criança gosta, acha bonito e é feliz pq diabos os adultos tem que julga-la?

Alguns anos atrás, quando comecei a trabalhar, fiquei como auxiliar de classe em uma escola.... Isso faz cerca de uns 5 anos, por ai. Era inicio do ano letivo, então os pais estavam indo conhecer a nova professora e auxiliar... Foi então que entrou uma mãe com um menininho de 4 anos agarrado em sua perna... qual não foi a surpresa da professora quando viu que ele estava com uma tiara? Ele tinha o cabelo liso comprido e a tiara ROSA o deixava para trás.... junto com esse garotinha outros quatro um pouco mais velhos e com uniforme de treino de futebol também estavam juntos.... Todos os 5 brincavam no parquinho enquanto a mãe conversava com a professora....
A mãe então virou e disse: Esse é meu filho, eu sei que você estranhou quando ele entrou aqui, por causa do arquinho, tudo bem, já estamos acostumados. Meu filho é o mais novo de 5 meninos, mas ao contrário dos irmãos ele não gosta de futebol, ele gosta de boneca, gosta de ser a princesa da história e se menciona no feminino. Fora essa "estranheza" ele é uma criança carinhosa, educada e muito companheira, ou seja, completamente normal. Nunca sofreu em casa, nem foi julgado por ninguém, afinal é na família que começa a educação e o apoio. Ele é muito novo para nos dizer se é homossexual ou não, agora descobrimos que ele tem uma personalidade transsexual, que a maioria das crianças nascem com, mas são obrigadas a esconder. Meu filho não, ele pode escolher ser o que quiser e quem quiser. Então peço que na hora da historinha se ele quiser ser a princesa que aceitem, assim os outros coleguinhas vão aceitar também e ele não vai sofrer no segundo lugar que ele tem que ter mais segurança, que é a escola.
Antes de ir embora a mãe ainda falou: Antes de qualquer julgamento do tipo, ela queria tanto uma menina que transformou o seu filho em uma, peço que reflita e pense por que eu faria isso com uma criança que tem irmãos mais velhos para "lhe ensinar a ser homem".
Ela agradeceu e foi embora, cinco minutos depois a professora foi contar para a coordenadora o ocorrido, essa disse, vamos ver como vai ser...

As semanas se passaram e chegou o carnaval, todas as crianças deveriam ir fantasiadas e o garotinho escolheu ir de fada princesa... A fantasia era linda, toda rosa e como ele estava feliz, todos os coleguinhas elogiaram, ela tinha asinhas que mudavam de cor, acho que ninguém resistiria a essa fantasia linda. Depois da festa de carnaval as fotos foram postadas no site da escola, resultado: Pais esbravejando porque tinha um menino com problema que poderia influenciar os seus filhos "masculos".
Uma reunião sem essa mãe foi feita com todos os pais, sim todos os pais da sala menos a mãe do menininho. Todos pediram para que conversassem com essa mãe e a obrigassem a vestir seu filho de uma maneira normal e de acordo com seu sexo.
E foi isso mesmo que a VACA da coordenadora falou, que não poderia aturar na escola um menino de shorts saia, ou sandália lilás. Que ela (a mãe) deveria se preocupar com a sua reputação e a do menino e parar de fazer isso com ele, que ela estava confundindo-o.

A mãe chorando desesperada disse, meu filho está sendo quem ele quer. Eu não entendo qual é o problema com ele vestir-se de fada. Todo pai quer que seu filho seja feliz e não sofra, por isso conversei com vocês antes do ano letivo, para meu filho não sofrer. Porque se no futuro, quando mais velho ele decidir ser assim ele pelo menos não sofreu na infância e sabe que tem o apoio da sua família. Então me desculpe, mas o meu filho não agrediu, ofendeu ou faltou com respeito a nenhum de vocês, vocês é que estão faltando comigo e com ele e pedir para mudar seu estilo porque os pais ignorantes acham que ele pode influenciar os meninos, então é prova de que aqui não é um bom lugar para ele.

No dia seguinte os 5 meninos foram transferidos.

Anos depois encontrei essa mãe em um shopping com o menino, um pouco mais velho. Ele estava com um shorts do santos e uma sandália rosa que acendia. Eu perguntei para essa mãe como ela conseguia, como ela enfrentava a sociedade. E ela disse: Ele é meu filho, não importa como se vista, eu vou lutar contra tudo e todos para que ele seja ele mesmo e sempre SEMPRE feliz.
Ela me contou da nova escola e que dessa vez não teve nenhum problema, que ele também se dava bem com todos lá e que estava muito feliz.
Nunca mais os vi, mas espero que onde quer que essa mãe esteja seu filho e ela estejam feliz....

Essa semana vi uma reportagem de um pai na Alemanha que colocou uma saia para apoiar o filho que gostava de usar vestidos e me lembrei da foto desse menino extremamente feliz vestindo suas sapatilhas rosa....

Ontem no meu trabalho (de vez em quando dou aula para crianças)... uma professora falou que não gostava muito de tal aluna porque achava errado o comportamento masculino dela e que era horrível os pais não fazerem nada para muda-la.... E hoje vim desabafar como acho horrível ainda existirem pessoas no mundo que julgam uma criança e tentam impedi-la de ser quem ela quer ser por causa do sexismo.




quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Conseguir



"-Parece que você perdeu.
-Por que eu perderia?
-Talvez porque tenha parado de tentar.
-Tentar nem sempre da certo.
-Por isso que precisamos conseguir. "


Uma boa noite para vocês, que venha o final de semana.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

LEWIS CARROLL Alice no país das maravilhas Capítulo 5 Conselho de uma lagarta


LEWIS CARROLL
Alice no país das maravilhas


Capítulo 5

Conselho de uma lagarta


A Lagarta e Alice olharam-se uma para outra por algum tempo em silêncio: por fim, a Lagarta tirou o narguilé da boca, e dirigiu-se à menina com uma voz lânguida, sonolenta.

"Quem é você?", perguntou a Lagarta.

Não era uma maneira encorajadora de iniciar uma conversa. Alice retrucou, bastante timidamente: "Eu - eu não sei muito bem, Senhora, no presente momento - pelo menos eu sei quem eu era quando levantei esta manhã, mas acho que tenho mudado muitas vezes desde então.

"O que você quer dizer com isso?", perguntou a Lagarta severamente. "Explique-se!"

"Eu não posso explicar-me, eu receio, Senhora", respondeu Alice, "porque eu não sou eu mesma, vê?"

"Eu não vejo", retomou a Lagarta.

"Eu receio que não posso colocar isso mais claramente", Alice replicou bem polidamente, "porque eu mesma não consigo entender, para começo de conversa, e ter tantos tamanhos diferentes em um dia é muito confuso."

"Não é", discordou a Lagarta.

"Bem, talvez você não ache isso ainda", Alice afirmou, "mas quando você transformar-se em uma crisálida - você irá algum dia, sabe - e então depois disso em uma borboleta, eu acredito que você irá sentir-se um pouco estranha, não irá?"

"Nem um pouco", disse a Lagarta.

"Bem, talvez seus sentimentos possam ser diferentes", finalizou Alice, "tudo o que eu sei é: é muito estranho para mim.

"Você!", disse a Lagarta desdenhosamente. "Quem é você?"

O que as trouxe novamente para o início da conversação. Alice sentia-se um pouco irritada com a Lagarta fazendo tão pequenas observações e , empertigando-se, disse bem gravemente:"Eu acho que você deveria me dizer quem você é primeiro."

"Por quê?", perguntou a Lagarta.

Aqui estava outra questão enigmática, e, como Alice não conseguia pensar nenhuma boa razão, e a Lagarta parecia estar muito chateada, a menina despediu-se.

"Volte", a Lagarta chamou por ela. "Eu tenho algo importante para dizer!"

Isso soava promissor, certamente. Alice virou-se e voltou.

"Mantenha a calma", disse a Lagarta.

"Isso é tudo?", retrucou Alice,engolindo sua raiva o quanto pôde.

"Não", respondeu a Lagarta.

Alice pensou que poderia muito bem esperar, já que não tinha nada para fazer, e talvez no fim das contas ela poderia dizer algo que valesse a pena. Por alguns minutos a Lagarta soltou baforadas do seu cachimbo sem falar; afinal, ela descruzou os braços, tirou o narguilé da boca novamente e disse: "Então você acha que mudou, não é?"

"Temo que sim, Senhora", respondeu Alice. "Não consigo lembrar das coisas como antes - e não mantenho o mesmo tamanho nem por dez muinutos!"

"Não consegue lembrar que coisas?", continuou a Lagarta.

"Bem, eu tentei recitar "Como a abelhinha estava atarefada, mas fiz tudo diferente!"

Alice replicou numa voz muito melancólica.

"Repita "Você está velho, Pai William", pediu a Lagarta.

Alice cruzou as mãozinhas e começou:

Você está velho, Pai Joaquim, disse o jovem,
E seu cabelo está ficando branquinho,
Mas você ainda planta bananeira,
Você acha, que na sua idade, isso está certo?
Na minha juventude, Pai Joaquim respondeu,
Tinha medo de perder a cabeça,
Mas agora eu sei que não posso perder,
Porque não paro de plantar bananeira e estou inteiro.
Você está velho, já falei uma vez, retrucou o jovem,
E está engordando demais,
Mas ainda entra aqui dando cambalhotas,
Por favor, como você faz isso?
Na minha juventude, disse o velho,
Eu me mantive em forma,
Usando esse ungüento - é bem baratinho,
Posso vender uns dois potes para você?
Você está velho, disse o jovem, e seus dentes estão fraquinhos
Para mastigar qualquer coisa dura.
Mas você ainda come um ganso com osso e tudo,
Por favor, como você faz isso?
Na minha juventude, disse o velho, eu acreditava na Lei,
E discutia tudo com minha mulher,
O treino que fiz naquela época,
Durou para o resto da minha vida!
Você está velho, disse o jovem, e ninguém pode acreditar
que você ainda enxerga bem.
Mas ainda assim você equilibra uma enguia na ponta do nariz.
O que deixou você tão esperto?
Já lhe respondi três perguntas, agora chega,
Disse o velho, e não pense que você me agrada!
Você acha que vou perder meu dia ouvindo suas bobagens?
Pode sumir, ou vai levar um pontapé no traseiro!

"Isso não está dito certo", disse a Lagarta.

"Não bem certo, eu receio", respondeu Alice timidamente, "algumas das palavras podem ter sido trocadas".

"Está errado do começo ao fim", afirmou a Lagarta decididamente. Então fez-se um silêncio por alguns minutos.

A Lagarta foi a primeira a falar.

"De que tamanho você quer ser?", ela perguntou.

"Oh, eu não ligo para qual tamanho", respondeu Alice apressadamente, "apenas um que não fique mudando sempre, a senhora sabe."

"Eu não sei", retrucou a Lagarta.

Alice não disse mais nada: ela nunca fora tão contradita em toda sua vida antes e sentia que estava perdendo a paciência.

"Você está satisfeita agora?", indagou a Lagarta.

"Bem, eu gostaria de ser um pouco maior, Senhora, se não se importar", disse Alice, "oito centímetros é um tamanhozinho meio pequeno demais."

"É um ótimo tamanho certamente!", vociferou a Lagarta,levantando-se enquanto falava (ela tinha exatamente oito centímetros de altura).

"Mas eu não estou acostumada com isso!", alegou a pobre Alice em um tom consternado .

"Você se acostumará com o tempo", retrucou a Lagarta, e colocou o narguilé na boca, começando a fumar novamente.

Desta vez Alice esperou pacientemente até a Lagarta querer falar novamente. Depois de um ou dois minutos a Lagarta tirou o cachimbo da boca, e bocejou uma ou duas vezes e espreguiçou-se. Então desceu do cogumelo e arrastou-se para longe, simplesmente observando, ao sair: "Um lado irá fazê-la crescer e o outro irá fazê-la diminuir."

"Um lado do quê? Outro lado do quê? ", pensava Alice consigo mesma.

"Do cogumelo", respondeu a Lagarta, como se Alice tivesse falado alto, e já no momento seguinte ela estava fora da vista.

Alice permaneceu olhando pensativamente para o cogumelo por um minuto, tentando compreender quais eram os dois lados da planta, e, como ela era perfeitamente redonda, sentiu-se em meio a uma difícil questão. Entretanto, afinal a menina esticou seus braços o mais que pôde em torno do cogumelo e cortou um pedaço da borda com cada mão.

"E agora, qual é qual?" disse Alice para si mesma, mordiscando um pouco da mão direita para sentir o efeito. No momento seguinte ela sentiu um violento golpe debaixo do queixo: ela batera no seu pé.

Ela estava muito assustada com esta súbita mudança, mas sentiu que não havia tempo a perder, pois estava encolhendo rapidamente. Alice colocou mãos à obra para comer do outro pedaço. Seu queixo estava tão fortemente pressionado contra seu pé, que não havia espaço para abrir a boca; mas ela conseguiu afinal, e esforçou-se para engolir um bocado da mão esquerda.

"Puxa, minha cabeça está livre afinal!", disse Alice num tom de prazer, que mudou para um tom alarmado no momento seguinte, quando ela descobriu que seus ombros não estavam em lugar nenhum à vista: tudo o que ela podia ver ao olhar para baixo era uma imensidão de pescoço, que parecia nascer como um caule sobre um mar de folhas verdes que se estendiam lá embaixo.

"O que podem ser todas estas porcarias verdes?", disse Alice."E para onde foram meus ombros? E oh, minhas pobres mãos, como é isso, eu não posso vê-las". Ela as estava movendo enquanto falava, mas parecia que não adiantava nada, exceto por um leve chacoalhar nas distantes folhas verdes.

Como parecia não haver chances de trazer suas mãos até a cabeça, Alice tentou levar a cabeça até elas e descobriu com *alegria que seu pescoço podia tombar facilmente em qualquer direção, como se fosse uma serpente. A menina estava justamente conseguindo curvar seu pescoço em um gracioso zigue-zague que a levaria a um mergulho nas folhas, que ela achava serem as copas das árvores sob as quais anteriormente vagueara, quando um agudo silvo a fez retroceder rapidamente: uma grande pomba voava contra seu rosto , e batia em sua faces com as asas.

"Serpente!", gritou a Pomba.

"Eu não sou uma serpente!", afirmou Alice indignadamente. "Deixe-me."

"Serpente, eu digo novamente!", repetiu a Pomba, mas em um tom mais moderado, e continuou, com um tipo de soluço, "Eu tentei de todas as maneiras, mas nada parece satisfazê-las."

"Eu não tenho a menor idéia sobre o que você está falando", disse Alice.

"Eu já tentei as raízes das árvores, já tentei as margens e já tentei as sebes", a Pomba continuou, sem prestar atenção em Alice. "Mas estas serpentes, nada as satisfaz!"

Alice estava mais e mais confusa, mas achou que não adiantava falar nada até a Pomba terminar.

"Como se não houvesse problema nenhum em chocar os ovos", disse a Pomba, "mas ainda tenho que ficar de olho nas serpentes, noite e dia! Eu não tirei uma soneca sequer nesses últimos três dias!"

"Eu sinto muito que a senhora esteja irritada", falou Alice, que estava começando a entender o que isso significava.

"E eu escolhi a mais alta árvore da floresta", continuou a Pomba, cuja voz se transformara num guincho, "e estava achando que estaria livre delas afinal, e elas precisam serpentear até no céu! Ugh, Serpente!"

"Mas eu não sou uma serpente, já falei!", insistiu Alice. "Eu sou uma...Eu sou uma..."

"Bem! O que é você?", perguntou a Pomba. "Eu posso ver que você está tentando inventar alguma coisa."

"Eu...eu sou uma menininha", disse Alice, um pouco em dúvida, pois relembrava o número de mudanças pelas quais tinha passado naquele dia.

"Uma história promissora, certamente1", disse a Pomba, com um tom do mais profundo desprezo. "Eu tenho visto muitas menininhas em minha vida, mas nem uma com um pescoço como este. Não, não! Você é uma serpente, e não há porque negar isso. Eu suponho que agora você vai me dizer que nunca comeu um ovo!"

"Eu já experimentei ovos, com certeza", respondeu Alice, que era uma menina que não mentia, "mas menininhas comem ovos tanto quanto serpentes, sabe."

"Eu não acredito nisso", disse a Pomba, "mas se elas comem, então elas são um tipo de serpente: isso é o que eu posso dizer."

Essa era uma ideia nova para Alice, ela ficou então um ou dois minutos em silêncio, que deu à Pomba a oportunidade de adicionar:

"Você está procurando por ovos, eu sei disso muito bem, então o que me interessa se você é uma menininha ou uma serpente?"

"Isso já é demais para mim ", falou Alice rudemente, "mas eu não estou procurando por ovos como parece; e, se estivesse, eu não iria querer os seus, eu não gosto de ovos crus."

"Bem, saia daqui, então", disse a Pomba em um tom amuado, e acomodou-se novamente em seu ninho. Alice agachou-se entre as árvores o melhor que pôde, pois seu pescoço enganchava-se nos galhos das árvores e de vez em quando ela precisava parar e livrá-lo. Depois de um tempo, Alice lembrou que ainda tinha pedaços de cogumelo em suas mãos, e pôs mãos à obra bem cuidadosamente, mordiscando de uma e depois de outra mão, e crescendo um pouco e encolhendo um pouco, até que conseguiu colocar-se em seu tamanho normal.

Fazia tanto tempo que ela não estava no seu tamanho normal, que sentiu-se um pouco estranha no início, mas acostumou-se em poucos minutos, começando a falar consigo mesma, como de costume: "Bem, metade do meu plano já está feito! Que estranhas todas essas mudanças são! Eu nunca tenho certeza do que vai acontecer, de um minuto para outro! Entretanto, eu voltei ao meu tamanho de sempre: a próxima coisa é entrar no lindo jardim - como é que isso vai ser feito, eu gostaria de saber?

Quando a garotinha disse isso, subitamente avistou um lugar descampado, com uma pequena casinha de mais ou menos um metros e vinte de altura.

"Quem quer que viva lá", pensou Alice, "acho que não seria apropriado entrar com esta altura. Posso assustá-los. "Então ela começou a mordiscar pedacinhos da mão direita novamente mas não se atreveu a chegar perto da casa até que chegar aos vinte e cinco centímetros de altura.

domingo, 5 de outubro de 2014

Boa noite.



-Seja perfeito, disse o golfinho.
-Mas como posso ser perfeito se o mundo é cheio de imperfeições?
-Finja a perfeições que os tolos acreditam existir.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Eleições 2014


Não queria falar de política aqui, mas como está chegando perto não aguentei.

Estou acompanhando essas eleições e acho que é a primeira vez que finalmente a vejo dessa forma. Dessa vez eu não me preocupei com o que a minha família pensa sobre tal candidato, fui atrás e coloquei na mesa o que eu espero que o candidato tenha para poder ter meu voto.
Em primeiro lugar, ele tem que defender e ter planos que vão de acordo com o que eu quero, claro.

O que eu quero?

Quero que a educação seja uma prioridade, que o professor seja visto com a sua tamanho importância, salários dignos para eles, não dois salários mínimos, mas que tal o salário do senador que não faz nada? Quero bons ambientes escolares, seguros, que atendam as necessidades das crianças, como lazer e educação, tudo amplo e junto. Acesso a cultura, acesso ao saber.

Que a saúde não seja desleixada, hospitais com atendimento bom, rápido, profissionais capacitados, ambientes equipados e reformados, ambientes diferentes para cada tipo de situação. E principalmente a legalização do aborto. Sim, a legalização, para que milhares de mulheres não morram mais em clinicas clandestinas. Para que essas possam escolher se querem ter um filho ou não. Para que essas possam principalmente ter o direito de seus corpos. E se quiserem transar e ocasionar em uma gravidez, que possam livremente abortar.

Que homofobia seja considerada crime. Que penas maioria sejam estipuladas para criminosos de todos os tipos. Prisões realmente afastadas e seguras, que não só prendam, mas reeduquem, para que o preso não precise retornar.
Legalização da maconha, para lutar contra o crime organizado.
Que pense no futuro da população, que pense nos jovens, que lute pelos jovens.


E então a economia vai melhorar, porque um país que pensa na sua população, que trabalha para sua população, que não aceita corruptos, discurso de ódio, mafia, crime organizado, acaba ganhando e melhorando sua economia.

Essas são só as principais, só as que mais busco, não vou fazer um texto longo por que estou com sono. Mas para concluir, um candidato que realmente queira lutar por essas causas e não só tenha um discurso de melhorar a economia, esse sim me atraí, esse sim me leva a querer votar nele.

No primeiro turno em quem eu votaria? Na candidata a presidência Luciana ou o candidato Eduardo Jorge.
Ah, mas as ideias deles são utópicas! E eu não quero continuar vivendo em um país distópico.

Se nenhum dos dois for para o segundo turno, eu não tenho em quem votar. Porque os três grandes são os piores candidatos que eu já vi, não conseguiria votar e eleger algum deles, isso me faria sentir responsável pela não mudança ou piora no Brasil.

Boas eleições e pense com cuidado domingo, pense não só porque você simpatiza, não só porque você gosta. Pense no futuro, no porque votar. Escolha com cautela e cuidado, quem sabe assim não melhoramos.