quarta-feira, 3 de abril de 2013

Felizes para sempre?



   Devo ser idiota, deve ser toda essa literatura que andei enfiando goela abaixo com final feliz, se tivesse me mantido somente nos romances realistas talvez ainda fosse fria e calculista e concordaria com Os crimes do Padre Amaro, ou os motivos do Primo Basílio. Mas infelizmente eu gostei de A moreninha e cresci acreditando que por mais desajeitado que alguém fosse encontraria alguém como o Leonardinho do Memórias de um sargento de milícia, no fim tudo dava certo, por mais ruim que tudo tenha ficado.
  Esse é o problema, eu não sou daqui, esse lugar não me deixa acostumada com essa não existência de alguma coisa positiva. Tantos livros com finais felizes, filmes, novelas, parece uma desculpa para aceitar que não acreditam em tudo vai ficar bem e dar certo. Mas depois que você cresce querendo ser a Catharina, querendo ter um romance de Romeu e Julieta, depois de entender que o Gigante adamastor só era mal por não ser amado, depois de cantar Toquinho, Cartola, Caetano, de apaixonar por Vinicius de Moraes. Acreditar que em algum lugar estava escrito FELIZES PARA SEMPRE, não da para acreditar que não exista felicidade a dois.
  Deve ter alguém que queira ser feliz, que goste de ter a pessoa ao seu lado, que queira fazer tudo por ela e não minta dizendo que a ama quando não amar, que não iluda e nem a traia. Ainda deve existir no mundo um romance igual aos de livro, porque se não existir não terei mais motivos para escrever e muito menos para continuar viva nesse mundo. Um mundo tão grande e com tão pouco amor.

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